terça-feira, 9 de novembro de 2010

SODOMA E GOMORRA



SODOMA E GOMORRA


Tem razão o dep. Walter Pinheiro do PT baiano. A mídia tenta apresentar dados estatísticos de abrangência e metodologia questionáveis, como referência da relevância do caso "erenice" como propulsora do 2º turno nas eleições presidenciais, sem levar em consideração o preconceito religioso arraigado por séculos na mentalidade cristã brasileira e, da importância da fé entre as famílias, em especial aquelas que vivem nos rincões desse Brasil, aonde prevalece a voz do padre e do pastor. 
A migração de votos para Marina Silva que encarnou a candidata piedosa, foi resultado da guerra santa que prosperou na campanha, que infelizmente desviou o foco, muito bem planejado pelo tucanato, dos assuntos relevantes da república para factóides de ordem moral e religiosa.
O eco das questões relativas ao aborto e a homofobia foram correntes em qualquer discussão e debate privado em detrimento do caso "erenice" que fora mera ocorrência entre tantas outras da corruptibilidade pública e que não fazem parte do dia a dia das pessoas simples e humildes em particular, e das demais em geral. Não foi à toa que bispos se levantaram e distribuíram milhões de panfletos contra a candidata Dilma, nem pastores se degladiaram pelo Twiter como Edir Macedo e Malafaya, nem tampouco a sra. Monica Serra acusando a candidata de "matar criancinhas" nas rodas da socialyte, bem como a sórdida campanha implementada na internet contra Dilma Roussef e, para finalizar o cenário do papel bufo assumido pelo papa Bento XVI ao entrar na seara brasileira às vésperas da eleição aprovando juízos de valor na política sobres essas questões, tudo parece muito bem combinado. Ou mera ilusão??
No caso da homofobia, vários clips foram divulgados contra os pecados que bradam aos infernos, alardeados por pastores e insensatos, o Brasil transformou-se em Sodoma e Gomorra.
Tal estratégia, inclusive fora configurada, segundo o jornalista americano Mark Weisbrot, copiando o modelo do partido Republicano ao temperar as "denúncias" destacando a moral, a religião e a relação com ditadores. Mas no Brasil a estratégia, embora desesperante e agônica, não deu certo. Sabem por que? Porque o Brasil não é os EUA, a nossa formação é outra, a nossa cultura macunaímica foi o antídoto para afugentar as mazelas exorcizantes, mas sem dúvida, causou enormes estragos. Não é à toa que formadores de opinião, até então, estão se debatendo com questões acerca da laicidade do estado e do papel da religião, enquanto o caso "erenice" está no ossário das notícias. No entanto, a minha questão maior, é saber porque a FSP, se preocupa tanto em disfarçar este fato? Haveria algum mistério pelos bastidores da redação ou é apenas uma questão estatística?


Petista evangélico questiona avaliação de marqueteiro
Para Walter Pinheiro, "nunca houve ofensiva de marketing" para caso Erenice, e boatos de temas religiosos levaram eleição ao 2º turno

FERNANDO RODRIGUES

DE BRASÍLIA 



Walter Pinheiro, deputado federal e senador eleito pelo PT da Bahia, contesta a interpretação do marqueteiro João Santana, que no domingo, na Folha, apontou que o caso Erenice Guerra foi responsável pela eleição ter ido ao segundo turno.

Para ele, evangélico da Igreja Batista da Pituba, em Salvador, a onda de boatos de cunho religioso teve muito mais impacto.

"Caso contrário, por que para o caso Erenice não foram feitas declarações públicas e ações de marketing, mas sim para conter a onda de boatos e mentiras na área religiosa contra Dilma?"

Segundo pesquisa Datafolha de 8 de outubro, porém, cerca de 75% das perdas de votos da petista no primeiro turno ocorreram por conta dos escândalos recentes no governo. O restante, por questões ligadas à religião.

Pinheiro, 51, eleito com 3,6 milhões de votos, é um dos expoentes da ala religiosa mais conservadora do PT. Ele tomou a iniciativa de ligar para o jornal e expressar as divergências com o marqueteiro de Dilma e do PT.