quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

ESSIENI, DIÁRIO DE VIAGEM XI

A manhã estava acinzentada, chuviscava em Roma. Fomos a San Giovanni, assistimos á Santa Missa e partimos em seguida para a estação do trem. Chegamos ao museu do vaticano para visitar a Capela Sistina, mas se encontrava fechado; prosseguimos até a Piazza de S. Pietro e nos defrontamos com a magnificência da basílica. Com sua imponência secular nos abraçava com suas naves de colunas.
Tudo emergia com grande esplendor, continha-me intensamente para não chorar. A emoção me sufocava como um turbilhão em grande explosão. Não queria ouvir nada; não queria falar absolutamente nada. Uma agonia latente fumegava em meu espírito. Estava pisando o solo por onde tantos homens e mulheres santos caminharam. Por onde grandes Papas governaram a Santa Igreja.
A sede de minha fé católica se presentificava e me identificava como legítimo filho de Deus.
A majestosidade vaticana era impressionante com sua beleza arquitetônica, seu estilo greco-romano e as figuras geométricas em várias cores de mármore policromado. O teto, as colunas e as imagens perfeitamente talhadas, davam o esplendor artístico de vários homens, como Michelangelo, Raphaelo, Tintoreto entre outros e, como não poderíamos deixar de mencionar o extraordinário Leonardo da Vinci.
A geometria vaticana expressa com harmonia e rítimo, a sinfonia renascentista ao tom do violino e a gravidade do órgão e seus fólios trovadorescos.
La Pietá, S. Pietro, Moisés e os túmulos de centenas de papas que governaram a Igreja, jaziam no interior dos volumosos mármores, entre naves seqüenciadas do porão da basílica. Tudo acéptico, silencioso e reverente.
Partimos para apanharmos o carro e seguimos para a Piazza de Giordano Bruno, aonde saboreamos uma gostosa pizza Margarita, que nos lembrou o Xícara, com a diferença de que o clima seco de Roma favorecia a permanência crocante da massa; a muzarella tenra proporcionava o frescor da nata de coalhada; a qualidade do trigo e do tomate, o sabor leve e tênue do pomodoro sem qualquer azedume.
Ao centro da praça, o marco com a estátua de Giordano Bruno que fora executado pela inquisição. Próximo havia uma outra praça majestosa com os casarios, a igreja e seus palácios formando um ângulo oval com seu piso em ardósia maciça; a embaixada brasileira não poderia estar mais bem situada. La Piazza Navona, palco de competições imperiais olímpicas.
13/07/02