sábado, 18 de dezembro de 2010

FELIZ NATAL

Costumo todos os anos enviar uma mensagem natalina para os amigos. Todos os anos repito este gesto, porque sempre o natal se repete, ainda bem. Seria muito sem graça se não o tivéssemos. Aliás tudo seria sem graça se não tivéssemos a simbologia de passagem, pois nestes momentos tudo se renova e se felicita, nos traz ânimo e entusiasmo, nos rodeamos de amigos, nos abraçamos, nos cumprimentamos, porque ainda estamos juntos e vivos. Isso é um bálsamo para a alma, a despeito de qualquer crença, seja ideológica e/ou religiosa, não importa. O interessante e especial, é o fato de compartilharmos esses momentos tão significativos. Por isso desejo de todo o coração a todos os amigos e leitores do PALAVRA AVULSA, um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo!

Ao passar pelas ruas iluminadas e nuas,
sinto correr no corpo um calmo descanço
de rede ao relento balançando.
São as chamas do Natal
que invadem silenciosas,
anunciando tão formosas,
o nascimento de Jesus.

ESSIENI, DIÁRIO DE VIAGEM VIII

Sinuosa a estrada que sobe para a cidade de Assisi. Como peregrinos fomos visitar o túmulo de São Francisco e Santa Clara, nos seus respectivos santuários.
Assisti a missa em espanhol e em seguida descemos para a cripta mortuária. Ajoelhei-me e tocando na pedra de seu túmulo, chorei copiosamente e agradeci a Deus pela graça desta oportunidade.
Misticismo, preces, orações e visitas, formavam um rosário de oferendas e sacrifícios que ecoavam pelas naves altas e espaçosas, brilhavam nos granitos e mármores das Igrejas.
Caminhávamos pelas ruas enladeiradas, subindo ou descendo em torno das casas medievais, construídas pedra sobre pedra que retornavam ao passado, calcado por homens e mulheres santificados e mortificados pela fé. A fé católica legitimada pelo Filho de Deus e, genuinamente inaugurada, como marca indelével que o poverelo de Assisi atraía sobre si, uma vasta multidão de peregrinos do mundo inteiro.
A cidade construída pedra sobre pedra, formava-se em degraus que provinham do subterrâneo e em movimento espiralar, entornavam a montanha até chegar a grande fortaleza que ficava em seu topo.
As paredes largas e maciças davam a idéia de máxima segurança, de construção inabalável com seus portões de madeira compacta, alto e largo.
Suas entradas formavam torres maciças com alguns desenhos que lhe davam realce, melimetricamente traçadas em mosaicos de tijolos unidos entre si por linhas quadriculadas.
Retornamos a Boscheto. Mama Rosa já havia se recuperado do mal estar do dia anterior, em função do efeito colateral do remédio que havia tomado para osteoporose.
Paolo e eu, passamos no supermercado e compramos carne de carneiro para o churrasco que faríamos no jantar.
Prazerosíssimo o churrasco, embalado ao som de uma música dançante e uma tarde crepuscular, cor de açafrão que abraçava aquecidamente as montanhas de Boscheto.10/07/02

PUNHO ATADO


A sociedade brasileira clama pela reforma Tributária. Não aguentamos mais a extorsão a que somos vítimas pelo governo. Todos reclamamos, mas o primeiro a não votar a reforma Tributária, o Congresso Nacional, é uma vergonha neste país de assalariados. Ao apagar das luzes aumentam seus soldos de forma acintosa e ainda tem a cretinisse de dizer que não é nada diante do percentual exíguo das despesas orçamentárias. Parlamentar não é para ganhar dinheiro, é para servir à sociedade, não é para esbanjar é para trabalhar em prol do bem comum. É por conta de políticos perdulários e dissolutos que ficamos a mercê de larápios e espertalhões. Nós já estamos fartos dessa gastança desmesurada e predadora que atinge não apenas a nossa cidadania, como também reflete-se na usura alheia.
O exemplo provém das altas esferas do poder e, todos nós percebemos a ganância canifraz dos políticos de plantão que se aproveitam para tripudiar a sociedade que lhes confere poderes para governar com o fito de legislar e governar para todos. No entanto o que se observa são ações que visam tão somente o benefício próprio, enquanto os outros pobres mortais precisam viver de pires na mão para sobreviver com dignidade.
Os barnabés, então, principalmente aqueles que estão nas academias que preparam e formam os políticos, os magistrados, os empresários e os demais profissionais, vivem à torniquete salarial e ainda, sofrem na fonte o golpe certeiro do leão que lhes subtrai até mais de 50% dos proventos em final de ano, sem que se possa fazer absolutamente nada. Quantos impérios e quantas civilizações não caíram por conta dos impostos escorchantes que suprimiam o necessário e deixavam na miséria tantos indigentes. Até quando vamos assistir a esse espetáculo deprimente que gera sonegações, corrupções e indigências. Não podemos mais postergar essa violência institucionalizada, faz-se urgente o novo Congresso se debruçar sobre as reformas que tanto necessitamos para ontem, em especial a Reforma Tributária, que ousem nos redimir do aperreio econômico e das dívidas creditícias tão em voga por estas plagas.

Brasil é o emergente com mais carga fiscal
Carga tributária de 34,5% do PIB é maior também que a de países desenvolvidos como EUA, Reino Unido e Suíça
Neste ano, carga volta a aumentar no Brasil, com novo recorde; sem correção do IR, em 2011 haverá nova alta
MARCOS CÉZARI
DE SÃO PAULO

A crise econômica mundial, iniciada em setembro de 2008, reduziu em 2009 a carga tributária na maioria dos países industrializados.

Segundo a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), a carga tributária média na região, que em 2008 era de 34,8%, caiu para 33,7% no ano passado. Em 2006 e 2007, estava em 35,4%.
No Brasil, a carga tributária teve queda de apenas 0,2 ponto percentual, de 34,7% em 2008 para 34,5% no ano passado, segundo o IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário).
Mesmo com essa queda, o país subiu quatro posições no ranking dos países que mais tributam os contribuintes. Segundo o IBPT, tomando por base o ranking da OCDE, o Brasil ocuparia o 14º lugar em 2009 (era o 18º em 2008), ficando à frente do Reino Unido, da Espanha, da Suíça e dos Estados Unidos.
A "subida" do Brasil no ranking ocorreu porque outros países -Reino Unido, Islândia, Holanda e Portugal- tiveram reduções maiores em suas cargas fiscais.
A carga tributária (ou fiscal) é a soma de todos os tributos (impostos, taxas e contribuições) pagos pelos contribuintes em relação ao PIB (Produto Interno Bruto).