terça-feira, 25 de janeiro de 2011

ABAIXO A DITADURA


Idos de 80, Movimento Estudantil na UFPa. Participamos bravamente e ternamente imbuídos pelos ideais do marxismo por uma sociedade fraterna, justa e igualitária. Parte de nossa história, história que fizemos. O final da ditadura e o seu ocaso vibrante. Companheiros presentes e outros que se foram.
Momento aguerrido, mantínhamos uma ação de grupo impressionante, estávamos sempre nos encontrando e partilhando nossas experiências. Ficávamos sempre em reunião discutindo a conjuntura ou debatendo os livros marxistas. Fazíamos encontros diversos para aprofundar nossas estratégias, para programarmos nossas lutas, bem como para nos distrairmos pela nigth entre goles sorventes e incensos movediços; vivíamos intensamente o momento político, inseridos na história revolucionária para a abolição da ditadura. Sem dúvida vivenciamos o epílogo dessa história que muitos mártires nos legou, fechamos a cena e viramos esta página caminhando pelas ruas de Belém em passeata e de luto pela morte de César Moraes Leite no Campus Universitário do Guamá, vítima de uma bala perdida de um policial federal, cuja placa descerramos no pavilhão C no básico, em sua homenagem, e participamos do 1º congresso de Reconstrução da UNE em Salvador-Bahia com a presença de Tancredo Neves, candidato a presidência da república. O Movimento Popular foi fértil neste momento entrosando-se com o ME e a organização sindical. Lembro-me de uma concentração na Praça do Relógio no Ver-o-peso, estando presente Jinkings, Pe. Bernardo Hoyos, Zurita, Paulo Fonteles e tantos outro companheiros, que ficaram reclamando da ausência do ME, quando de repente anunciaram nossa chegada pela João Alfredo em passeata, mobilizamos toda a Praça e chegamos triunfantes. Não esqueço do pronunciamento do Pe. Bernardo: "Se eles não caem, os tiraremos com as balas de metralhadora", foi aquele burburinho, mas um momento tão glorioso e gratificante que jamais sairá de nossa memória, memória da história que fizemos, por isso a conhecemos. "Ipsum verum factum convertuntur".

ESSIENI, DIÁRIO DE VIAGEM XII

Saímos novamente para as compras. O comércio se estende por vários pontos da cidade e, além de caminhar vários quilômetros, fez-se necessário deslocar-mo-nos de ônibus e metrôs.
Rute e Denise fizeram suas compras; eu e Paolo com Izadora fomos à livraria. Comprei alguns livros, nos encontramos e retornamos para casa.
A noite fomos para Frascati, uma cidadezinha ao redor de Roma, situada entre as montanhas. Belíssima cidade com seu requinte de antiguidade e o burburinho da noite nos bares, nas praças e nos restaurantes.
A pizza de Margarita que comemos era de péssima qualidade, como péssima fora a lasagna bolognesi que havíamos comido na Piazza Giordano Bruno.
Afinal, nem tudo que cheira a romano, possui a qualidade italiana. Se non é vero, é bene trovato.
14/07/02