A PAZ

A PAZ


Caríssimo Dom Alvaro,

Paz e bem!

Estive ontem a noite na Capela Sto. Expedito do Pe. Francisco para proferir a homilia acerca da Misericórdia, conforme Luc.1,10-15. No entanto, ocorreu-me de predicar a partir da misericórdia para a Paz. Consequência natural daquela.

A paz é um sentimento virtuoso de difícil vivência, pela própria adversidade que vivenciamos no dia a dia, como podemos observar em casa, no trânsito, na escola, nas igrejas, nas instituições etc...Por muito pouco perdemos a paz, por muito pouco ela desonera-se e, juntamente com ela a justiça, a paciência, a tranquilidade, a temperança. O quanto é difícil viver em paz, pois requer compor com a alteridade, requer equilíbrio com o adverso, requer serenidade com o controverso e, isso não é fácil, principalmente quando temos a tradição cartesiana como referência de juízo. Como consegui-la? senão mediante a Graça divina que na sua providência nos propicia dar ordem às coisas, para que assim tenhamos funcionalidade e capacidade de diálogo e superação de desavenças.
Para isso Deus nos dispôs mediante seu Paráclito, para que sob seu influxo sobre todos os homens independentemente de credo ou religião, pudéssemos nos relacionar equitativamente e equilibradamente. Manter este ponto é a mais difícil tarefa, o mais ingente esforço. Como alcançar então a Paz? Mediante a Graça, não exatamente a fé, pois assim, o ateu não disporia da paz para manter a temperança, ou o pagão para manter o equilíbrio existencial. A diferença está no privilégio daqueles que souberam atender ao chamado divino através de sua Palavra Sagrada como testemunho, sinal visível da misericórdia e da mansidão de Deus em nós.
Pax in Domine!

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