"3.11 ...O método de projeção é pensar o sentido da proposição.
3.12 O sinal por meio do que exprimimos o pensamento, chamo de sinal proposicional. E a proposição é o sinal proposicional em sua relação projetiva com o mundo".
Temos aqui, duas proposições mostrativas retiradas do Tractatus Logico Philosophicus de Wittgenstein, um dos precursores da concepção cibernética juntamente com Frege e Russell. O pensamento não como ente subjetivo e psíquico, mas como ente objetivo, um método lógico de articulação entre signos mediante a sintaxe subjacente a esse mecanismo ou engrenagem que permite com que os signos se conectem formando elos de uma corrente para que assim possa projetar o mundo como figuração e desse modo descrevê-lo correspondentemente aos fatos que lhe são afigurados.
Ora esse mecanismo lógico-sintático subjacente à linguagem permite através de uma multiplicidade combinatória enquanto processo mecanicamente operacional mediante um cálculo matemático, permitir a articulação dos elementos sígnicos entre si para formar assim um encadeamento entre eles a fim de formar uma rede de transmissão capaz de projetar a realidade, pois assim haveria uma identidade entre a realidade e a linguagem que permitiria então, que ambas pudessem se encaixar ou conectar necessariamente, tal qual funciona, a rede cibernética dos computadores ao projetar imagens na sua tela.
A leitura ou interpretação de Hawking parece ser justamente esta. O cérebro reduzido, tão somente a um mecanismo operacionalmente lógico que permita, portanto, pensar.
Esse equívoco é bem peculiar aqueles que justamente enrodilham-se na redução lógico-atomicista da linguagem, mais especificamente da linguagem científica. Para isso, bastaria fazer como Frege na sua Ideografia, reduzir as proposições em notações lógicas e assim suprimiríamos as ambiguidades próprias da linguagem vulgar ou ordinária, aquela da qual somos utentes ou usuários. E o cérebro poderia ser reduzido a uma Forma Geral Proposicional do tipo lógico-simbólico ou notacional que de forma absoluta, eterna e essencial é capaz de gerar tudo o que existe no mundo. Só não é capaz de gerar o que está fora do mundo, isto é, do mundo lógico (wirklichkeit). Nesse caso, a ética, a estética e a mística estariam fora desse espaço. Assim sendo, não poderiam ser elementos de conhecimento científico. Então não poderiam incidir sobre eles valores de verdade. Portanto, seriam contra-sensos. Eis a questão de Hawking, homiziou-se nos escaninhos de seu cérebro e perdeu o sentido da vida, fazendo desta uma corrente algorítimica, típico dos hd's, ou moldem ou ainda pen-drive, capaz de armazenar, de calcular, de projetar, sem sair do lugar. Mera coincidência ou, a vida que imita a arte, ou a arte que imita a vida. Tanto faz, porque faz algum sentido.
Stephen Hawking: “vida após a morte é um conto de fadas”
Enviado por luisnassif, qua, 18/05/2011 - 18:00
Autor: Adriano S. Ribeiro
Para físico inglês, cérebro humano é como um computador que, quando se quebra, simplesmente para de funcionar
O famoso físico teórico inglês Stephen Hawking diz não haver nenhum espaço para a noção de paraíso em sua visão do cosmos.
Em uma entrevista publicada na segunda-feira (16) no jornal The Guardian, o cientista de 69 anos diz que o cérebro humano é como um computador que para de funcionar quando seus componentes falham. Ao jornal, ele disse: “Não existe nenhum paraíso e ou vida após a morte para computadores quebrados; isso é um conto de fadas para pessoas com medo do escuro”.
Em “O grande projeto: Novas respostas para as questões definitivas da vida”, seu último livro. Lançado no ano passado, Hawking já havia escrito que não haveria a necessidade de invocar um grande criador para explicar a existência do Universo.
O físico está confinado a uma cadeira de rodas por conta da esclerose lateral amiotrófica, diagnosticada quando tinha 21 anos. Mas a doença faz com que ele aproveite mais a vida: “ Tenho vivido com a perspectiva de uma morte precoce pelos últimos 49 anos. Não tenho pressa de morrer. Existe muita coisa que quero fazer antes.”

