sexta-feira, 19 de novembro de 2010

TECNOBREGA EM SAMPA



Quem diria, Gaby Amarantos em Sampa na Augusta. Lembrei-me de Boracea, uma bela praia no litoral paulista, aonde fica a casa do Tinho e da Yó. Nesta noite tomávamos vinhos chilenos regados a salada natural e raviolli com queijo e azeitonas pretas suculentas, ao som da Gaby, "PAREM DE BRIGAR", na bela performance de Yó com seus longos braços abertos no ar, seus cabelos esvoaçantes e seu corpo em volteios tecnobreguenses. Sua voz ressoava e suas pernas dançavam em rítimos permanentes. Apreciávamos a desenvoltura da dançarina paraense naquela noite soturna de um céu estrelado que contemplávamos do alpendre.

19/11/2010 - 15h04

Beyoncé do Pará garante o rebolado no Baixo Augusta

DE SÃO PAULO
A cantora paraense Gaby Amarantos se apresenta no palco do Comitê, na rua Augusta, nesta sexta-feira (19). Gaby é mais conhecida pelo apelido de "Beyoncé do Pará", por conta da sua versão "Eu Tô Solteira", da música "All the Single Ladies", da musa pop Beyoncé.

OS DENTES DO PMDB



O balcão e bocão de negócios do PMDB, a camarilha corrosiva do poder no Brasil, mostra suas garras. Os patifes continuam como sempre ávidos por sangue de influências, numa ação vampiresca de levantar drácula do túmulo. Embora, ainda bem votados pela canalhice brasileira que prolifera aos borbotões, não possuem minimamente o escrúpulo de serem cortês, afinal, alçaram o poder nunca dantes visto, com a vice-presidência da República. Era de crer que o seu titular mor Michel Temer fosse suficientemente polido para administrar tanta sede ao pote, mas foi justamente o primeiro a sair do túmulo para atacar as vítimas, ou a vítima.
Não é a toa que o PMDB carrega em sua biografia a marca dos títeres mais contumazes na corrupção e, que infelizmente e disso se aproveitam, ninguém, nem qualquer partido pode governar sem ele, até quando não sabemos, mas é preciso escorraçar publicamente com o exorcismo do voto e a depuração crítica via educação essa horda de meliantes que se encastelaram no poder.


VINICIUS TORRES FREIRE 


A orelha sangrenta do PMDB


É possível ao menos conter a avacalhação da barganha de ministérios com a "base aliada" e seus oportunismos





É VERDADE que uma pessoa pode passar por idiota ao fazer uma pergunta dessas, mas até para não se render de vez à avacalhação político-programática a gente tem de inquirir: o governo de transição não vai exigir programa ou qualificação de quem vai assumir os ministérios loteados para a "base aliada", para o "blocão" ou, em suma, para o PMDB e similares menores?
É também verdade que o entendimento comum e correto a respeito do assunto é aquele muito bem estilizado pelo cartunista Scabini, na página A2 de ontem da Folha. Na caricatura, uma Dilma Rousseff boquiaberta ouve de um assessor as exigências da "base aliada", demandas que vinham acompanhadas mafiosamente de uma orelha sangrando. Mas precisamos aceitar sem mais a chantagem?
Em parte, nós jornalistas temos culpa nesse cartório, pois condescendemos com tais comportamentos "coisa nossa" e tratamos apenas de relatar as "negociações do resgate", entregues a um cinismo terminal, ainda que por vezes até inconsciente. Mas poderia ser uma promessa de final de ano da presidente eleita, e do jornalismo exigir que a "base aliada" passe a apresentar programas de governo.
É óbvio que o deboche não vem de agora; que os governantes têm pouco espaço de manobra, dado o nosso "presidencialismo de coalizão" com o atraso. Fernando Henrique Cardoso, com seu pragmatismo bem pensado, notou logo o problema e tomou a decisão cristalina de reservar uma parte do ministério para um projeto de governo. O resto foi mais ou menos "seja o que Deus quiser", limitado por projetos "transversais" de governo, como privatizações e agências reguladoras.

FHC reservou para si as pastas econômicas, comunicações, saúde e educação. O mais foi quase todo "peemedebizado" a sangue-frio, pois sem isso haveria caos no Congresso. Lula não teve tal previdência e, no seu primeiro mandato, a emergência do petismo de resultados misturada a uma coalizão parlamentar fraca acabou dando no escândalo do mensalão.

(FSP, 19/11/10)

SINDICALISMO



Estarrecido fico, quando observo a desenvoltura sindicalista e suas artimanhas no poder, como aranha a fiar sua teia e a entrelaçar a burguesia menoscabiante e arisca. De certo, sua artimanha, sutilmente encaminhada nos escaninhos do Congresso, via Vicentinho, segue a estratégia de corroer por dentro o sistema midiático, através da pecúnia alheia, o cidadão comum. Mais uma despesa para o tão sofrido bolso pela alta carga tributária, que precisa ser revista com urgência. Daí quem sabe não se poderia discutir e propor um "horário sindical gratuito"; já não basta o sustento público, digo, dos nossos impostos para manter a máquina sindical às expensas do estado? Isso é vergonhoso!
Basta de mamar nas tetas do poder. O sindicalismo deve autogerir-se e autossustentar-se. Afinal, são formados por milhões de trabalhadores na ativa que podem muito bem pagar suas taxas mensais regularmente, basta administrar e, administrar bem.
Portanto, mais despesa para o erário público, não! Reforma Tributária e Trabalhista, sim! Certamente que tal proposta configura-se, entrementes, em Peculato, daqueles mantidos pelo dinheiro público. Ou, porque não? Montar seu próprio sistema de comunicação: suas Tvs e Rádios.


Horário sindical

Tramita na Câmara um projeto de lei que busca criar uma espécie de "horário sindical gratuito" para as centrais sindicais. A proposta é conceder a essas instituições dez minutos por semana de transmissão -em emissoras de rádio e TV- de suas "mensagens", "temas de interesse" e posições em assuntos "político-comunitários".
É mais uma ideia com o intuito de beneficiar a casta sindicalista que prolifera à sombra do Estado, mais voltada para seus próprios interesses políticos e materiais do que para as demandas de seus representados.
O governo Lula nada fez para modernizar o sindicalismo brasileiro. Ao contrário, reforçou suas conhecidas distorções. A unicidade sindical -só pode haver um sindicato por categoria em cada região- e as contribuições obrigatórias, dispositivos herdados do Estado Novo, têm vinculado o sindicalismo, há décadas, aos cofres e interesses dos governantes.
Ao propor as inserções, proporcionais ao número de trabalhadores vinculados a cada central, o deputado Vicente da Silva, o Vicentinho (PT-SP), não se esqueceu de prever que as emissoras de rádio e televisão tenham "direito a compensação fiscal pela cedência do horário gratuito". Estaria criado mais um instrumento a canalizar recursos públicos para a atividade sindical -e a reforçar seu aninhamento no colo do Estado.
O deputado afirma que a lei se faz necessária para garantir "liberdade de expressão" à sociedade civil. Por essa tosca visão, faltariam horas no dia para que as corporações e instituições sociais pudessem se "expressar" em programas autopromocionais impostos aos canais de rádio e TV.
A proposta, até aqui, foi aprovada na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara. Terá ainda que ser submetida ao crivo de outras instâncias. É de esperar que prevaleça o bom senso e estapafúrdio projeto seja rechaçado. (FSP, 26/11/10)