terça-feira, 3 de maio de 2011

A EROTIZAÇÃO DO SUBLIME


Custou-me entender o sentimento e a sensação de satisfação, felicidade e plenitude que sinto de forma mais intensa e avassaladora desde que recebí a ordem sacerdotal. Concessão especial e dileta àqueles que se unem por natureza espiritual ao sacerdócio do Cristo na sucessão apostólica.
O sacerdócio trouxe-me uma áurea de erotização subjacente a minha espiritualidade e fortemente presente no meu organismo, na minha tensão corporal que se esvai e aquece numa compulsão eroticizante pelo prazer deslumbrante e profícuo do sublime e sagrado ao prático, enquanto morada e expressão do ser como é na sua plena e autêntica reta intenção. 
Não é fácil discorrer sobre esse estado místico e espiritual numa esfera corporal e sensitiva, como se as duas formassem apenas uma, cujo discernimento racional não dá conta de sua explicitação. Por isso recorrí ao velho Freud na tentativa de obter alguns elementos conceituais que pudessem me fornecer linhas de clarividência compreensiva na tentativa de uma articulação promissora que dissesse de fato com toda a obscuridade que lhe guarnece o sentimento constante que se expressa nessa fantástica satisfação realizada.
Certamente, que a infância é um dos corredores retornativos pela lembrança da satisfação ingênua e desprovida de qualquer interesse, íntegra na sua emergência e pura na sua manifestação sem arreios conceituais e sem interesses subjetivos, assim há um reconhecimento gratificante daquilo que é familiar, porque sempre vinculado ao sentimento de prazer, por uma calma sensação de conforto que se tem quando a partir de um encontro misterioso proporcionativo de uma alegria singular e peculiar àqueles que habitam a esfera do sagrado numa identidade inusitada que se retroalimenta corpo-espiritualmente. A infância , cujo sentimento de prazer, erotiza-se mediante o corpo numa busca incessante de delícias constantes de nutrição, que fortalece e desenvolve, robustece e gera os desejos que se travestem de imagens oníricas e se transmutam no prazer que satisfaz e nos proporciona a alegria e felicidade, nos faz plenos e realizados na autenticidade incondicional da aceitação totalizante.
Não se trata portanto, de uma experiência racionalizante, mas muito mais que isso de uma experiência místico-corporal, numa apreensão corpórea que proporciona significados na extensão de suas necessidades, utilidades e satisfações. É uma áurea de brilho e luz interior que ilumina e acompanha o sentir e o conhecer num sabor de ordem estética como acorde musical que nos proporciona um impacto plangente que ressoa ingente sem mensuração e sem definição. É o próprio corpo na sua criação e recriação, poeticamente extensiva a vivência na vida do mundo nas paixões arrebatadoras e profundas umbilicalmente tecida, como fonte primordial do prazer eroticizado na sua dimensão mais recôndita e obscura, são reações súbitas que nos invadem sem compromisso e sem receio.
Tentar racionalizar estes signos mediante argumentações verdadeiras, é perder de vista a real solicitude prenhe de alegria e de entrega a beatitude divina que nos faz santos no dia a dia, quando enfrentamos as adversidades e com elas submergimos para superarmos as nossas misérias e fúrias de um mar revolto para a serenidade despojada, tranquila e calma de um sono dos justos.
Este é o ser sacerdotal que na sua plenitude sinto, quando na cerimonia da consagração eucarística espalha-se vivificante para o mundo da vida. 

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