segunda-feira, 28 de março de 2011

A METÁFORA VIVA


Sim, caríssima irmã,
A alma é um sopro divino que dá vida à matéria sedenta de posses e vaidades. O espírito contenta-se com o Belo, pois este é perfeito, sublime e puríssimo. Suas proporções são justas e eternas. Tudo Nele se faz UM, porque sua simplicidade nos enternece e não suspira por absolutamente nada. Basta a si mesmo.
A incessante busca do Belo é a aspiração grandiosa e extasiante que podemos desejar. A Graça divina legou-me esta infinita doação que o próprio Cristo nos concedeu através da sucessão apostólica dos apóstolos e da ordem sagrada de Melquisedec pela força do Paráclito e transfiguração do Amor do Pai aos seus filhos, o poder místico e sacrossanto da transubstanciação eucarística, nada há de mais sublime na relação direta, salvífica e salutar que a rememoração da Ceia do Cristo Senhor Nosso como plenitude da vida.
Nesta transfiguração, também, poética, pois é criação mediante a Graça da Providência no sacramento da Ordem, instituída pelo Cristo e por Ele celebrada, perpassa de forma magnânime, a metáfora viva, numa conjugação perfeita e divinamente gerada entre o homem e o próprio Deus.
Por isso, caríssima irmã, quando em nossa porta bater a irmã santa e irremediável morte, só temos a agradecer, o quanto o Senhor da Vida foi benigno conosco e agora, no momento mais congênito e limitado da existência, Ele nos embalsama num acolhimento sereno e eterno. O retorno a verdadeira Vida, plenitude perfeita e consumação do tempo na infinitude divina será sempre nossa mais almejada paixão.
Como bem disse o poeta, "Não morri de mal a sorte, morri de amor pela morte".

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