segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

ESSIENI, DIÁRIO DE VIAGEM IX

Almoçamos e a tarde fomos dar um passeio em Gúbio – uma velha cidade medieval em pleno esplendor. Ficamos maravilhados pelo encanto e mistérios de Gúbio. Ao chegarmos nos deparamos com as ruelas que ladeira acima nos levavam às casas e lojinhas encravadas por pedras e paredes maciças formando um bloco de rocha contendo formas, desenhos, volumes, ameias, ângulos, tudo simetricamente disposto, como numa sinfonia geométrica para enternecer o coração e encantar os olhos. Chegamos a Piazza de Consoli com um grande paço que encimado na montanha nos proporcionava uma vista indescritível e singular.
As montanhas naturalmente dispostas cercavam as muralhas que a cidade seguramente se abrigava contra invasões inimigas. A cor acinzentada, peculiar das pedras dava um ar de mistério, uma cor de penumbra misturava-se a colossal posição guerreira que de suas fortificações emanavam.
As janelas e portas quadrangulares, com os telhados e suas chaminés originais, juntamente com as portas de madeira maciça, remontavam a uma história de reis e vassalos, que se imprimia na arquitetura da cidade que se constituía em forma espiralar, com as ruas serpenteadas no interior da cidade por entre casarios, soteportegos, arcos e naves compostas de pedras.
O sol já descansava “trás os montes” como se diz na Itália e banhava de bronze a cidade de Gúbio, revelando os sonhos dos visitantes que se extasiavam com o aroma de uma civilização que deixou marcas de sua história e legou para a humanidade um patrimônio de raríssima beleza.
Estávamos no alto da fortaleza contemplando o infinito.
Como cinza misturada ao feno, o passado tinha um sabor seco ma minha memória.
11/07/02

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